O empreendedorismo feminino tem ganhado cada vez mais destaque nos últimos anos, e isso é muito positivo, pois traz benefícios não apenas para as mulheres empreendedoras, mas também para a sociedade como um todo.
Neste artigo, falaremos sobre os desafios e a importância do empreendedorismo feminino, e como ele pode contribuir para um mundo mais justo e igualitário.
Quais os desafios do empreendedorismo feminino?
São diversos os desafios que as mulheres empreendedoras enfrentam no mundo dos negócios. A seguir, discutiremos um pouco mais sobre alguns deles.
Discriminação de gênero
O preconceito de gênero está presente na sociedade como um todo, nos mais diversos cenários, e no empreendedorismo não é diferente.
Além de receberem salários inferiores para exercer a mesma função de um homem, quando empreendem, as mulheres esbarram em discriminação vindas de todas as partes, desde bancos até clientes.
Mulheres empreendedoras têm mais dificuldade de conquistar linhas de crédito e financiamento para seus negócios, e existem áreas do mercado que são dominadas por homens, como engenharias, tecnologia e informática.
Nesses campos, uma mulher enfrenta ainda mais resistência para se firmar no mercado.
Jornada Exaustiva
Na maioria dos casos, homens empreendedores têm o privilégio de colocar seus negócios em primeiro plano, enquanto mulheres empreendedoras são responsáveis também pelas atividades de trabalho não remunerado.
Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicou que no Brasil, mulheres dedicam aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos quase o dobro de tempo que os homens: mais de 21 horas semanais contra 11 horas deles. Essa proporção, além de desestimular o trabalho remunerado, também impacta nas características da ocupação e na remuneração recebida.
Como as horas de um dia são as mesmas 24, tanto para homens quanto para mulheres, essa sobrecarga se torna exaustiva, fazendo com que muitas acabam por adiar suas carreiras e seus empreendimentos.
Assédio
O assédio é mais um dos grandes desafios que mulheres empreendedoras enfrentam ao longo do seu caminho profissional. Dados obtidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), indicam que 52% das mulheres economicamente ativas em todo o mundo já passaram por algum tipo de assédio no ambiente profissional.
Esse tipo de comportamento inadequado pode variar desde comentários ofensivos e constrangedores até gestos e toques inapropriados, além de situações de coerção e pressão psicológica.
O assédio pode causar danos emocionais e psicológicos graves, além de impactar a produtividade e o clima organizacional, fazendo com que muitas mulheres desistam de seguir com os seus planos de carreira.
Esses são apenas alguns dos exemplos que permeiam a vida de mais da metade das profissionais do gênero feminino, e com base nessas informações, vemos o enorme abismo existente entre as oportunidades oferecidas para as mulheres comparadas às dos homens.
Contudo, apesar dessas dificuldades, as mulheres têm mostrado cada vez mais que são capazes de empreender com sucesso e de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento econômico do país.
Por que é fundamental estimular o empreendedorismo feminino?
Uma das principais vantagens do empreendedorismo feminino é a geração de empregos e renda. Mulheres empreendedoras criam novos negócios e geram oportunidades de trabalho não apenas para si mesmas, mas também para outras pessoas.
Além disso, pesquisas apontam que mulheres tendem a investir mais em suas comunidades locais. Ou seja, o empreendedorismo feminino pode contribuir para o desenvolvimento econômico de regiões inteiras, com níveis mais elevados de desempenho financeiro.
Outra vantagem do empreendedorismo feminino é que ele pode ajudar a reduzir as desigualdades de gênero. Quando as mulheres empreendem, elas mostram que são capazes de liderar e tomar decisões importantes. Isso pode ajudar a combater os estereótipos de gênero e promover a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
Ainda, mulheres empreendedoras costumam ser mais conscientes do impacto social e ambiental de seus negócios. Elas tendem a priorizar a sustentabilidade e a responsabilidade social em suas atividades, o que pode contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. Essa preocupação, pode ajudar a atrair mais consumidores e investidores que valorizam empresas comprometidas com a responsabilidade social.
Outro ponto positivo do empreendedorismo feminino é que ele pode ajudar a promover a diversidade e a inovação nos negócios. Como as mulheres têm perspectivas diferentes das dos homens, elas podem trazer novas ideias e soluções para os desafios empresariais, estimulando a criatividade e a inovação.
Por fim, é importante destacar que o empreendedorismo feminino pode ajudar a promover a autonomia e a independência financeira das mulheres. Quando uma mulher empreende, ela tem a oportunidade de se realizar profissionalmente e de se tornar mais independente financeiramente. Isso pode ter um impacto muito positivo em sua autoestima e em sua qualidade de vida de maneira geral.
Dicas para mulheres que querem empreender
Como vimos, o empreendedorismo feminino vai muito além de apenas abrir uma empresa. Trata-se de transformação social. Se você deseja fazer parte dessa mudança, veja algumas sugestões de como começar:
1. Analise o mercado
Tenha em mente que um novo negócio surge para atender uma demanda de mercado. Sendo assim, além de optar por um segmento do seu interesse, você deve entender quais são as necessidades do público antes de investir.
Se você deseja expandir seus negócios, leia também: Empreender em Portugal: os grandes facilitadores locais
2. Faça um bom planejamento do seu negócio
Antes de começar a empreender, você deve prever os custos para adquirir materiais, instalar maquinário, contratar equipe, divulgar os serviços e tudo mais que for preciso para iniciar a atividade. Lembre-se de pesquisar sobre impostos e enquadramento tributário.
3. Busque capacitação
Existem organizações que ajudam pequenas empreendedoras a tirar um projeto do papel, oferecendo consultorias para quem está começando. Aproveite também para ler e entender sobre administração, gestão de pessoas, marketing, finanças e vendas.
4. Faça networking
Conhecer outras empresárias pode ajudar a fortalecer parcerias. Ou seja, ter possíveis fornecedoras, clientes ou até mesmo sócias.
Para isso, participar de encontros presenciais e até mesmo as redes sociais são formas excelentes para fazer networking. Sendo assim, busque eventos que tenham relação com o seu negócio e mantenha seus perfis atualizados. Se preferir, recorra a anúncios que ajudem a sua página comercial “bombar”, atingindo um número maior de pessoas.
Para saber mais, acesse o nosso post sobre como fazer um networking eficiente!
Diante de tudo isso, fica claro que o empreendedorismo feminino é fundamental para o desenvolvimento econômico e social de um país. Para que ele possa se desenvolver de forma plena, no entanto, é necessário que haja políticas públicas e iniciativas privadas que apoiem as mulheres empreendedoras. Isso pode incluir, por exemplo, programas de capacitação e acesso a crédito.